sexta-feira, 27 de maio de 2011

Mitos da criação do xadrez

Existem diversas mitologias associadas à criação do jogo de xadrez, sendo uma das mais famosas aquela que a atribui a um jovem brâmane indiano chamado Lahur Sessa. Segundo a lenda do xadrez, contada em O Homem que Calculava, do escritor e matemático Malba Tahan, numa província indiana chamada Taligana havia um poderoso rajá que havia perdido o filho em batalha. O rajá estava em constante depressão e passou a descuidar-se de si e do reino.
Certo dia o rajá foi visitado por Sessa, que apresentou ao rajá um tabuleiro com 64 casas brancas e negras com diversas peças que representava a infantaria, a cavalaria, os carros de combate, os condutores de elefantes, o principal vizir e o próprio rajá. Sessa explicou que a prática do jogo dria conforto espiritual ao rajá, que finalmente encontraria a cura para a sua depressão, o que realmente ocorreu.
O rajá, agradecido, insistiu para que Sessa aceitasse uma recompensa por sua invenção e o brâmane pediu simplesmente um grão de trigo para a primeira casa do tabuleiro, dois para a segunda, quatro para a terceira, oito para a quarta e assim sucessivamente até a última casa. Espantado com a modéstia do pedido, o rajá ordenou que fosse pago imediatamente a quantia em grãos que fora pedida.
Depois que foram feitos os cálculos, os sábios do rajá ficaram atônitos com o resultado que a quantidade grãos havia atingido, pois, segundo eles, toda a safra do reino durante 2.000 anos não seriam suficientes para cobri-la. Impressionado com a inteligência do brâmane, o rajá o convidou para ser o principal vizir do reino, sendo perdoado por Sessa de sua grande dívida em trigo.
Diz uma outra lenda que o jogo foi criado pelo deus Marte (Mitologia Romana) ou Ares (Mitologia Grega) foi inspirado por Caissa, uma ninfa.

Origens históricas

Nobres egípcios jogando uma forma primitiva de xadrez
Nobres egípcios jogando uma forma primitiva de xadrez, segundo a concepção artística de Sir Lawrence Alma-Tadema, (1879).
Muito embora diversas civilizações antigas tenham sido apontadas como o berço do xadrez, tais como o Antigo Egito e a China dinástica, na atualidade a maioria dos pesquisadores concorda que o jogo tenha se originado na Índia por volta do Século VI d.C., na forma de uma antiga modalidade de xadrez com regras diferentes das atuais e denominado Chaturanga em sânscrito.
Posteriormente o Chaturanga difundiu-se na Pérsia durante o Século VII, recebendo o nome persa Shatranj, provavelmente com regras diferenciadas em relação ao jogo indiano. O Shatranj, por sua vez, foi assimilado pelo Mundo Islâmico após a conquista da Pérsia pelos muçulmanos, porém as peças se mantiveram durante muito tempo com os seus nomes persas originais. Dentre os praticantes de Shatranj à época, aqueles que mais se notabilizaram foram al-Razi, al-Adli e o historiador al-Suli e seu discípulo e sucessor al-Lajlaj. Diversos estudos foram feitos por al-Suli com o objetivo de compreender os princípios das aberturas e os finais de partida, além de classificar os praticantes de Shatranj em cinco categorias em razão de sua força de jogo.
Na passagem do primeiro milênio da nossa era, o jogo já tinha se difundido por toda a Europa e atingido a Península Ibérica no Século X, sendo citado no manuscrito do Século XIII, o Libro de los juegos, que discorria sobre o Shatranj, dentre outros jogos.

Origens do xadrez moderno (1450-1850)

Enxadristas árabes disputando uma partida de xadrez
Enxadristas árabes disputando uma partida de xadrez, na concepção de Ludwig Deutsch, (1896).
As peças no jogo antecessor ao xadrez eram muito limitadas em seus movimentos: o elefante (o antecessor do moderno bispo) somente podia mover-se em saltos por duas casas nas diagonais, o vizir (o antecessor da dama) somente uma casa nas diagonais, os peões não podiam andar duas casas em seu primeiro movimento e não existia ainda o roque. Os peões somente podiam ser promovidos a vizir que era a peça mais fraca, depois do peão, em razão da sua limitada mobilidade.
Por volta do ano de 1200, as regras do xadrez começaram a sofrer modificações na Europa e aproximadamente em 1475, deram origem ao jogo assim como o conhecemos nos dias de hoje. As regras modernas foram adotadas primeiramente na Itália (ou, segundo outras fontes, na Espanha): os peões adquiriram a capacidade de mover-se por duas casas no seu primeiro movimento e de tomar outros peões en passant, enquanto bispos e damas obtiveram sua mobilidade atual. A dama tornou-se a peça mais poderosa do jogo. Estas mudanças rapidamente se difundiram por toda a Europa Ocidental, com exceção das regras sobre o empate, cuja diversidade de local para local somente se consolidou em regras únicas no início do Século XIX.
Por esta época iniciou-se o desenvolvimento da teoria enxadrística. A mais antiga obra impressa sobre o xadrez, Repetición de Amores y Arte de Ajedrez, escrito pelo sacerdote espanhol Luís de Lucena, foi publicado em Salamanca no ano de 1497. Lucena e outros antigos mestres do Séculos XVI e XVII, como o português Pedro Damiano de Odemira, os italianos Giovanni Leonardo Di Bonna, Giulio Cesare Polerio, Gioacchino Greco e o bispo espanhol Ruy López de Segura, desenvolveram elementos de aberturas e defesas, tais como Abertura ItalianaRuy López e o Gambito do Rei, além de terem feito as primeiras análises sobre os finais.
Templários disputando uma partida de xadrez numa iluminura do Libro de los juegos (1283)
Templários disputando uma partida de xadrez numa iluminura do Libro de los juegos (1283).
No Século XVIII, a França passou a ocupar o centro dos acontecimentos enxadrísticos. Os mais importantes mestres eram o músico André Philidor, que descobriu a importância dos peões na estratégia do xadrez, e Louis de la Bourdonnais que venceu uma famosa série de matches contra o mais forte enxadrista britânico da época, Alexander McDonnell, em 1834. O centro da vida enxadrística nesse período eram as coffee houses nas maiores cidades européias, dentre elas o Café de la Régence em Paris e o Simpson’s Divan em Londres.
Durante todo o Século XIX, as entidades enxadrísticas se desenvolveram rapidamente. Diversos clubes de xadrez e vários livros sobre enxadrismo foram publicados. Passaram a ocorrer matches por correspondência entre cidades, tais como o ocorrido entre o London Chess Club contra o Edinburgh Chess Club em 1824. As composições de xadrez tornaram-se comuns nos jornais, nos quais Bernhard Horwitz, Josef Kling e Samuel Loyd compuseram alguns dos mais famosos problemas de xadrez daquela época. No ano de 1843, a primeira edição do Handbuch des Schachspiels foi publicada, escrita pelos mestres germânicos Paul Rudolf von Bilguer e Tassilo von Heydebrand, sendo considerada a primeira obra completa sobre a teoria enxadrística.

O nascimento de um esporte (1850-1945)

Benjamin Franklin disputando uma partida de xadrez
Benjamin Franklin disputando uma partida de xadrez, quadro do artista Edward Harrison May (1824-1887).
O primeiro torneio moderno de xadrez ocorreu em Londres em 1851. O campeão foi o alemão Adolf Anderssen, relativamente desconhecido à época, sendo aclamado como o melhor enxadrista do mundo. O seu estilo enérgico e brilhante, tornou-se muito popular, sendo imitado pelos outros praticantes. Suas partidas repletas de sacrifícios, tais como aImortal ou a Sempreviva, foram consideradas como as mais altas realizações da arte enxadrística. A Imortal é citada por alguns autores como a mais famosa partida da história do enxadrismo.
Uma visão mais profunda sobre a estratégia enxadrística veio com dois jovens enxadristas: Paul Morphy e Wilhelm Steinitz.
O Imperador Germânico Oto II jogando xadrez com uma cortesã numa iluminura de 1320
O Imperador Germânico Oto II jogando xadrez com uma cortesã numa iluminura de 1320.
Rei europeu disputando uma partida de xadrez
Rei europeu disputando uma partida de xadrez numa iluminura do Liber de Moribus, (aprox. 1300)
O norte-americano Morphy, um extraordinário prodígio, venceu todos os seus mais fortes oponentes, incluindo o próprio Anderssen, durante sua curta carreira entre os anos de 1857 e 1863. O sucesso de Morphy originou-se de uma combinação de ataque fulminante e profunda estratégia.
Este esquema foi mais tarde reinventado e descrito pelo outro mestre e teórico, o alemãoWilhelm Steinitz. Steinitz iniciou uma outra importante tradição: após o seu triunfo sobre o proeminente mestre alemão Johannes Zukertort, em 1886, foi considerado como o primeiro campeão mundial de xadrez. Steinitz veio perder a coroa somente em 1894 para um jovem filósofo e matemático alemão, Emanuel Lasker, que manteve o seu título por 27 anos, a mais longa permanência como campeão do mundo de todos os tempos. Lasker foi o primeiro enxadrista a utilizar métodos psicológicos contra seus adversários.
Mas foi o prodígio cubano, o diplomata José Raúl Capablanca, campeão do mundo no período compreendido entre 1921 e 1927, que colocou um fim no reinado germânico do mundo do xadrez. Capablanca amava posições simples e os finais de jogo; permaneceu imbatível nos torneios por oito anos até 1924. Capablanca é considerado nos dias atuais como o maior talento natural da história do enxadrismo e o maior enxadrista hispânico de todos os tempos. Seu sucessor foi Alexander Alekhine, um forte atacante, que faleceu como campeão do mundo em 1946, tendo perdido seu título por um breve período de tempo para o enxadrista holandês Max Euwe em 1935, conquistando-o novamente dois anos depois.
No período compreendido entre as duas grandes guerras mundiais, a teoria enxadrística foi revolucionada por uma nova escola de pensamento conhecida como Hipermodernismo, liderada por Aaron Nimzowitsch e Richard Réti. Eles negavam a validade absoluta dos princípios da escola posicional que tinha sido estabelecida por Steinitz e Tarrasch. Os hipermodernistas defendiam o controle à distância do centro do tabuleiro por meio de peças, em lugar de ocupar as casas centrais com peões, convidando os adversários a ocupar o centro com seus peões que logo se tornariam alvos de ataque.
Desde o final do Século XIX, o número de torneios e matches entre mestres vem rapidamente crescendo. Em 1914, o título de grande mestre foi pela primeira vez conferido oficialmente pelo czar russo Nicolau II aos cinco finalistas do torneio de São Petersburgo:CapablancaLaskerAlekhineTarrasch e Marshall. Esta tradição continua sendo seguida pela FIDE, fundada em 1924, até os dias de hoje.

Era pós-guerra (1945 até o presente momento)

Garry Kasparov, considerado um dos maiores campeões de xadrez de todos os tempos
Garry Kasparov, considerado um dos maiores campeões de xadrez de todos os tempos, com títulos mundiais consecutivos de 1985 a 2000.
Vladimir Kramnik
Vladimir Kramnik derrotou Kasparov em 2000 e unificou as duas coroas mundiais em 2006.
Após a morte de Alekhine, o novo campeão do mundo foi selecionado em um torneio de enxadristas de elite, organizado pela FIDE que, desde então, vem conferindo o título. O vencedor do torneio de 1948, o soviético Mikhail Botvinnik, iniciou um era de hegemonia soviética no mundo do xadrez. Até a dissolução da União Soviética, houve somente um campeão do mundo não-soviético, o norte-americano Robert Fischer.
No sistema informal que era adotado anteriormente, o campeão do mundo tinha o direito de decidir com qual desafiante disputaria o título mundial, ficando a cargo do desafiante a busca por patrocinadores para o match. A FIDE veio então a estabelecer um novo e moderno sistema de torneios de classificação e matches que substituía este sistema arcaico. Os melhores enxadristas do mundo passaram a ser selecionados primeiramente nos Torneios Zonais, sendo seguidos pelos Torneios Interzonais. Os melhores finalistas dos Torneios Interzonais participam do Torneio de Candidatos que, por sua vez, definirá quem será o desafiante que poderá então disputar a coroa com o campeão do mundo. Um campeão derrotado neste match final tinha o direito de jogar um rematch no ano seguinte. O sistema funcionava em um ciclo de três anos.
Botvinnik venceu o campeonato mundial em 1948 e reteve a coroa nos anos de 1951 e 1954. Em 1957, a perdeu para Vasily Smyslov, mas recuperou o título pelo rematch em 1958. Em 1960, ele perdeu novamente para Mikhail TalBotvinnik recuperou o título novamente em 1961.
Entretanto, a partir de 1961, a FIDE aboliu a cláusula do rematch, e o campeão seguinte,Tigran Petrosian, um gênio da defesa e um fortíssimo jogador posicional, manteve a coroa no período de 1963 a 1969. Seu sucessor, Boris Spassky, foi campeão do mundo entre os anos de 1969 e 1972, sendo um formidável enxadrista tanto no jogo posicional quanto em agudas situações táticas.
Vishy Anand, campeão mundial de xadrez pela FIDE
Vishy Anand, campeão mundial de xadrez pela FIDE (2008)
O campeonato seguinte, disputado entre Spassky e o jovem norte-americano Robert Fischer, foi aclamado como a Partida do Século. O match foi vencido por Fischer que, em 1975, se recusou a defendê-lo contra o soviético Anatoly Karpov. A FIDE concedeu o título a Karpov que o defendeu duas vezes contra Viktor Korchnoi e dominou o mundo do xadrez nas décadas de 70 e 80 com uma longa série de vitórias.
A supremacia de Karpov terminou em 1985 pelas mãos de um outro enxadrista soviético,Garry Kasparov. Kasparov e Karpov disputaram ainda o título mundial cinco vezes entre os anos de 1984 e 1990.
Em 1993, Kasparov e Nigel Short romperam com a FIDE e organizaram o seu própriomatch pelo título mundial, fundando a Professional Chess Association (PCA). Como conseqüência naquele período passaram a existir dois campeões mundiais, representando entidades distintas, a FIDE e a PCA. Logo depois do campeonato de 1995 a PCA faliu, e Kasparov não tinha nenhuma organização de onde escolher seu desafiante. Em 1998, ele então fundou o Conselho Mundial de Xadrez e organizou o Campeonato Mundial de Xadrez Clássico. Uma reunificação dos títulos somente veio a ocorrer em 2006, quando o russo Vladimir Kramnik derrotou o campeão FIDE Veselin Topalov e tornou-se o campeão do mundo das duas coroas.
Em 2007, o título mundial pela FIDE foi conquistado pelo indiano Vishy Anand durante o evento denominado Campeonato Mundial de Ajedrez México 2007, onde Kramnik foi um dos finalistas.
Em 2008, Anand confirmou o título mundial de xadrez durante o match em Bonn, realizado nos dias 26 de outubro a 1 de novembro. O resultado do match foi definido no dia 29, com o empate de Kramnik e Anand, com ampla vantagem do indiano (6,5 a 4,5), tornando desnecessária a 12ª. partida do match.
Com esta vitória, Anand também se torna o primeiro campeão de xadrez nas três modalidades: knockout, torneio, e match.

Influência na cultura ocidental

Peças de Lewis, entalhadas em marfim e datadas do século XI
Peças de Lewis, entalhadas em marfim e datadas do século XI.
Peça entalhada em marfim, encontrada na Itália e datada do século XII
Peça entalhada em marfim, encontrada na Itália e datada do século XII.
Na Idade Média e durante a Renascença, o xadrez tornou-se parte da cultura da nobreza, sendo usado tanto para o entretenimento de reis e cortesãos, quanto para o ensino de estratégia militar, sendo ainda praticado nos círculos de clérigos, estudantes e mercadores e penetrando também na cultura popular da Idade Média. O xadrez passou então a ser conhecido como o Jogo dos Reis. Um exemplo é a ópera do século XIII,Carmina Burana, cuja 209ª canção começa com os nomes das peças de xadrez ("Roch, pedites, regina..."). Belíssimos conjuntos de peças de xadrez usados pela aristocracia da época foram perdidos em sua maioria, mas alguns exemplares sobreviventes, tais como as Peças Lewis, são considerados como de altíssima qualidade artística.
O tema enxadrismo serviu com freqüência como base de sermões sobre moralidade. Um exemplo é o Liber de Moribus Hominum et Officiis Nobilium Sive Super Ludo Scacchorum, escrito pelo monge dominicano italiano Jocobus de Cessolis, aproximadamente no ano de 1300. O popular tratado foi traduzido para diversos idiomas (impresso pela primeira vez em 1473, Utrecht) e foi a base para o livro de William Caxton,The Game and Playe of the Chesse (título em inglês arcaico), um dos primeiros livros impressos em língua inglesa em 1474.
As diferentes peças de xadrez serviam como metáforas para diferentes classes sociais e os deveres humanos foram comparados às regras do jogo ou às propriedades visuais das peças. Durante o Iluminismo, o xadrez surge como um útil instrumento para o auto-desenvolvimento intelectual. Por outro lado, autoridades políticas e religiosas de diversas localidades chegaram a proibir que o jogo fosse praticado sob alegações de frivolidade, dentre outras acusações infundadas.
Partita a Scacchi, quadro de autoria da pintora renascentista italiana Sofonisba Anguissola
Partita a Scacchi, quadro de autoria da pintora renascentista italiana Sofonisba Anguissola.
O xadrez foi também retratado nas artes, usado como metáfora de combate, como símbolo da supremacia da lógica, ou ainda, no espírito dos moralistas medievais, como uma alegoria da vida social. Obras importantes, onde o xadrez desempenha um papel principal, vão desde a peça teatral A game at chess, de Thomas Middleton, passando pelo Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, até The Royal Game, de Stefan Zweig, ou The Defense, de Vladimir Nabokov. Benjamin Franklin escreveu um importante artigo sobre as virtudes da prática do jogo denominado The Morals of Chess em 1750.
O xadrez também está presente na cultura popular contemporânea. Por exemplo, em O Sétimo Selo, um filme de Ingmar Bergman, um cavaleiro cruzado disputa uma partida de xadrez contra o Anjo da Morte. O personagem Harry Potter, de J.K. Rowling, disputa oWizard's Chess, enquanto os personagens de Jornada nas Estrelas preferem o Xadrez Tridimensional e o herói de Lances Inocentes reluta em adotar os pontos de vista agressivos e misantrópicos do seu instrutor.
Aspas
O xadrez não é uma fútil distração; permite desenvolver em nós as qualidades do espírito mais necessárias à vida.
Aspas
— Benjamin Franklin,in The Morals of Chess(1779)

Karpov: 60 anos!








Um dos melhores jogadores da história recente do xadrez, GM russo Anatoly Karpov, completouno dia 23 de maio 60 anos de idade! Ele ganhou o título de campeão do mundo em 1975, quando desafiou Bobby Fischer e este não quis jogar, Uma vez com o tíulo, foi desafiado duas vezes por Viktor Korchnoi e depois por Kasparov. A história de Karpov é repleta de acidentes curiosos nesses matchs históricos e bem conhecidos de todos. Recentemente ele disputou a presidência da Federação Internacional de Xadrez, mas não conseguiu êxito. Continua com o respeito de todos e não compete mais em torneios internacionais, no entanto suas atividades na divulgação do xadrez pelo mundo não param um só dia. Nesse particular, é um mestre em plena atividade. Parabéns ao grande campeão!

sábado, 21 de maio de 2011

A jogadora de xadrez

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Frank Mayer 
Enxadrista de origem alemã, 
residente em Barcelona. 
Catalunha, Espanha
 

“La jugadora de ajedrez”
escrita por Bertina Henrichs 
Uma sugestão de leitura



O enredo:

Open in new windowÉ a história de um casal, que por causa de uma simples peça de xadrez está com a vida “fora de ordem”.

Eleni é grega, vive com o marido e os filhos na ilha de Náxos. Há muito tempo está casada, logo os filhos já estarão crescidos. Eleni é garçonete de quartos num hotel, seu marido é dono de uma pequena loja de automóveis.

A vida, também a vida matrimonial, é rotineira.

Não vai mal, mas também não é nenhuma maravilha.

Tudo segue seu ritmo habitual, até que um dia Eleni, ao efetuar a limpeza do quarto de um hóspede, vê um tabuleiro de xadrez com uma posição já montada.

Por descuido, desloca uma das peças durante a limpeza e não sabe recolocá-la corretamente, e isso influi decisivamente em sua vida atual.

Ela sonha em aprender a jogar xadrez. 

Mas, quando se põe a converter sua idéia em prática através de seu antigo professor da escola do povo, desencadeia-se uma tormenta em sua vida matrimonial.


A autora:

Open in new window Bertina Henrichs tem 40 anos, nascida em Frankfurt. Estudou literatura e cinema. Vive em Paris há 18 anos. “La jugadora de ajedrez” é sua primeira novela, que escreveu em francês para que sua família pudesse lê-la sem tradução.

Na França, este livro já foi um sucesso, como está sendo agora na Alemanha.

O título em alemão “Die Schachspielerin”


A avaliação:

Open in new windowUma história fina e terna sobre o valor. Sobre os sonhos. Sobre desejos e como se pode realizá-los.

Sobre a força misteriosa da casualidade.

Sobre a descoberta de um talento escondido.

Sobre a fuga da vida diária.

Sobre mudanças. Sobre a vida.

O amor “homem e mulher”.

É um livro pequeno, tem somente 184 páginas e rapidamente se poderá ler.

Mas o leitor ficará durante muito tempo com “La jugadora de ajedrez”, fascinado pela ideia de que uma peça de xadrez deslocada possa ocasionar uma mudança tão radical na vida. 


A conclusão:

Open in new windowMuito cedo o leitor se dá conta de que se trata de uma história sobre a capacidade de tomar a sorte com as próprias mãos e de desfrutar da aprendizagem diária.

Para o jogador de xadrez praticante, este dom se converteu num rito natural, mas o leitor sem conhecimentos das regras adivinha a magia e a liberdade por trás da vida interior, aparentemente fechada dentro do quadrado branco e preto 8x8.

Não somente os jogadores de xadrez compreendem claramente o que a heroína sente ao final de seu primeiro torneio em Atenas:

“Estava como que ensurdecida. Por certo, jogou com bravura. No entanto, ter sido eliminada contra toda lógica infligiu-lhe uma punhalada de decepção. “Na próxima vez, farei melhor’, jurou a si mesma, enquanto corria rua abaixo.”

Perde e ganha – o eterno ritmo de um jogo, que é uma parte atraente para o observador, mas também parte desta novela.

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Nota: Esta novela foi distinguida com o prêmio internacional do livro “Corine” para o ano de 2006.


Frank Mayer - Revisado por Joan Canal 
Barcelona, Setembro de 2006 

Nota do tradutor: O livro em espanhol pode ser adquirido no Brasil na Livraria Cultura

Publicado originalmente no site TablaDeFlandes.com.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O incrível Illya




O melhor jornalista de xadrez do mundo, o espanhol Leontxo Garcia, não cansa de rasgar elogios ao genial GM ucraniano Illya Nyzhnyk (2583), de 14 anos, (foto) e afirma que ele será campeão do mundo absoluto. Como sabemos, Illya está na Espanha, participando do torneio junto com Mequinho e outros. Pois bem, sabem que lugar ele ocupa nesse evento fechado, após a rodada de hoje? Primeiro lugar junto com o GM Francisco Vallejo (2722), ambos com 5 pontos em 7! Mequinho 
ganhou sua partida para Ramon Mateo e chega a 4 pontos.


Fonte:http://reinodecaissa.blogspot.com

quarta-feira, 18 de maio de 2011

ANUÁRIO ENXADRÍSTICO DO CEARÁ

No próximo dia 19 de maio, quinta-feira, no auditório da Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel, em Fortaleza (ao lado do Centro Cultural Dragão do Mar), a partir das 19 horas, o professor Ari Maia lançará a 1ª edição do Anuário Enxadrístico do Ceará. O trabalho é um resgate de toda a produção enxadrística do estado no ano de 2010. Foram reunidas 1056 partidas, jogadas por 281 jogadores. No Anuário registrou-se todas as partidas pensadas que foram jogadas em território cearense e aquelas jogadas por jogadores cearenses que, bravamente, cruzaram nossas fronteiras para disputarem torneios fora do Ceará. Se você jogou uma só partida em 2010 e registrou em súmula a partida, ela estará por lá. O Anuário serve como subsídio na preparação dos jogadores em torneios. Quem nunca perguntou para outro colega: "O que o fulano joga de negras? Pois amanhã jogo com ele". Não precisará mais perguntar, pois no Anuário tem um índice onomástico, com o nome do jogador e a referência onde encontrar a partida dele. Há partidas de Grandes Mestres, assim como dos mais eficientes capivaras do xadrez cearense e, claro, dos jogadores intermediários. O material é o maior e mais completo resgate da produção enxadrística cearense. Torneios memoráveis como o Aberto do Brasil de Fortaleza estão contemplados no material, assim como torneios menores. Por motivos óbvios, não foram contempladas as partidas do xadrez rápido, nem relâmpago. Durante o evento de lançamento, haverá uma homenagem ao belíssimo trabalho realizado pelo professor Wesley, do clube de Xadrez da Biblioteca Pública. Todos estão convidados. Aos interessados em adquirir o material, teremos um espaço de vendas. O livro que tem 330 páginas, uma seção de fotos e uma outra com partidas comentadas, custará R$ 50,00. A capa do livro é obra do Anderson Mauro, também conhecido como Mineirinho.

terça-feira, 17 de maio de 2011

ABERTO DO BRASIL CENTENÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE (R$ 4.450,00 em prêmios)


ABERTO DO BRASIL CENTENÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE
Válido para Rating CBX e FIDE – R$ 4.450,00 em prêmios
DATA: 21 a 24 de julho de 2011
LOCAL: Faculdade de Juazeiro do Norte (Rua: São Francisco, 1224 – Bairro São Miguel)
PROGRAMAÇÃO:
Quinta-feira, 21 de julho
18h às 18h30min: Solenidade de abertura e Congresso Técnico
18h30min às 22h30min: Primeira rodada
Sexta-feira, 22 de julho
10h às 14h: Segunda rodada
18h30min às 22h30min: Terceira rodada
Sábado, 23 de julho
10h às 14h: Quarta Rodada
18h30min às 22h30min: Quinta Rodada
Domingo, 24 de julho
09h às 13h: Sexta rodada
15h às 19h: Sétima rodada
19h: Solenidade de encerramento e premiação
INSCRIÇÕES: Gratuitas, através do e-mail torneiodocentenario@xadrezjuazeiro.com ou na Solaris Vídeo Locadora, Rua Padre Cícero, 1227 – Juazeiro do Norte/CE. Importante: Só serão efetivadas inscrições de jogadores que estiverem em dia com a anuidade CBX 2011. Clique aqui para baixar a ficha de inscrição que deverá ser enviada por e-mail. Lista de inscritos (atualizações periódicas)
SISTEMA DE DISPUTA: Suíço em 7 (sete) rodadas
CADÊNCIA: 2h KO (analógicos) 1h30min + 30 seg acréscimo a partir do 1º lance (digitais)
CRITÉRIOS DE EMPARCEIRAMENTO: 1 Rating FIDE 2 Rating CBX
CRITÉRIOS DE DESEMPATE: 1 Buchholtz totais 2 Buchholtz Medianos 3 Berger 4 Progressivo 5 Número de Vitórias
Obs.: Serão permitidos empates por comum acordo a qualquer tempo durante a partida. Haverá tolerância de 20 min para o jogador se apresentar para jogar em cada rodada.
EQUIPE DE ARBITRAGEM:
Árbitro Chefe: AF Fernando Alves Lessa
Adjuntos: AR Antonio José Bezerra e AA Roberto José de Oliveira
DISTRIBUIÇÃO DA PREMIAÇÃO:
1º lugar: Troféu + R$ 1.000,00
2º lugar: Troféu + R$ 700,00
3º lugar: Troféu + R$ 500,00
4º lugar: medalha + R$ 350,00
5º lugar: medalha + R$ 250,00
6º lugar: medalha + R$ 150,00
7º lugar: medalha + R$ 150,00
8º lugar: medalha + R$ 150,00
9º lugar: medalha + R$ 150,00
10º lugar: medalha + R$ 150,00
Do 11º ao 15º: R$ 100,00 cada
Melhor sub-18: medalha + R$ 100,00
Melhor feminino: medalha + R$ 100,00
Melhor veterano (acima de 40 anos): medalha + R$ 100,00
Melhor sênior (acima de 55 anos): medalha + R$ 100,00
Obs: premiação não cumulativa.
CONTATOS: Roberto José de Oliveira – clube@xadrezjuazeiro.com – (88) 9699-4128
IMPORTANTE: Este torneio será regido pelas Leis de Xadrez da FIDE e seus regulamentos. Todos que se inscreverem nesta competição concordam com essas leis e o que dispõe este regulamento específico. Os jogadores ao confirmarem participação, cedem gratuita e automaticamente os direitos de fotografia, vídeo e filmagem ao Clube Juazeirense de Xadrez, que poderá utilizá-las para fins de publicidade do torneio e outras ações relacionadas ao xadrez. Qualquer pessoa previamente autorizada pelo árbitro chefe poderá filmar e fotografar. Não será permitido o acesso ao salão de jogos de qualquer pessoa sem a prévia autorização do árbitro. Torneio registrado na CBX sob ID 1256/11 e na FIDE sob ID 59470.
PATROCÍNIO: Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte / Secretaria de Esportes do Município